A intenção

Saudações,


Como alguém disse me disse uma vez:
"Nascemos sem pedirmos e morremos sem querer, como tal, há que aproveitar o intervalo."
E é precisamente nesse intervalo que devemos estabelecer um dos nossos maiores objectivos: partilhar a nossa história ao maior número de pessoas e quem sabe, com o nosso testemunho partimos conscientes de que não cairemos no esquecimento.
É a minha visão da vida que se vai clarificando pelas experiências que me definem.
Que Deus esteja com todos nós.

Peaceful Warrior
(Peaceful Heart, Warrior Spirit)









segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Volto já... Take One

No seguimento da minha tomada de decisão e do poder libertador que veio com ela, decidi que o meu primeiro destino seria percorrer o Caminho Português de Santiago. 
Há 3 anos atrás, uma amiga tinha-me sugerido que o fizesse (ela fá-lo seguido há quase 20 anos) pois além de todos os benefícios físicos que daí advêm claro, o mais importante era a parte espiritual. "Andares longas distâncias a pé é como meditares a andar.", foi o mote que ela deu na altura e que perdurou tantos anos na minha cabeça ao ponto de o considerar. Sem mais demoras tratei de adquirir equipamento, comprar bilhetes de comboio e expresso, e começar a treinar com viagens a Fátima, sozinho e acompanhado. Pessoalmente, prefiro ir sozinho...Um bom amigo na vida não o é necessariamente para uma viagem. 
Finalmente, estava pronto e arranquei...
Arranque da Estação CF de Pombal.
A partida da Sé do Porto.














Caminho Santiago - Day 1 (Mosteiro Vairão) 25km


Aparentemente existem 2 caminhos principais: o Central e o da Costa (junto ao mar). Foi um desastre para sair do Porto, algumas setas iniciais ao sair da Sé, mas depois estradas em construção e setas desaparecidas. O que vale é que quem tem boca vai a Roma e após pedir direcções, voltei a encontrar o Caminho. Fui sempre sozinho e aproveitei a oportunidade para "meditar a andar" e pus-me à conversa com Jesus Cristo. Desta vez (sim porque houve outras), as minhas questões foram diferentes. Perguntei:
1 - Porque estou a fazer estas viagens?
JC: A razão pela qual eu e o Pai decidimos atribuir-te estas tarefas foi porque vimos que a tua vida estava a ir parar a um beco sem saída. Estavas a sofrer muito por causa do relacionamento em que tiveste durante 8 anos e quando o acabaste. A tua carreira profissional estava a "bater no fundo" com os 4 trabalhos que tiveste em ano e meio, e sentimos-te perdido... Precisavas de uma pausa para te afastares de toda a negatividade, desespero silencioso e agitação interior que estavas a sentir. É importante reequilibrares-te, curares o teu coração e descobrires quem és novamente. 
2 - O que faço relativamente ao meu futuro profissional? Estou confuso se me lanço num projecto sozinho ou por conta de outrem novamente, é que desejo muito ser livre de patrões
JC: Eu sei disso, contudo não estas mental ou emocionalmente preparado para te lançares full-time num projecto que nem sequer sabes como começar. Não tens quaisquer planos ou objectivos traçados nem sequer sabes as razões pelas quais o queres fazer. Por isso, nos intervalos das tuas viagens vais enviar CV´s para algumas das empresas com que te identificas. Nessa lista de empresas, vai estar aquela com a qual te vais sentir feliz e realizado para os próximos 10 anos. É a nossa escolha... Simplesmente confia em nós e tudo correrá bem. Lembra-te, nós amamos-te e queremos o melhor para ti. Esta oportunidade tem os rendimentos e os benefícios que entendemos ser o indispensável para recomeçares a tua carreira com dignidade e confiança. Fica tranquilo que é muito mais que o ordenado mínimo. 
Depois, em part-time, recomeças o teu curso de finanças pessoais. Tenho que te relembrar de que esta é a tua missão? Existem milhares de pessoas à espera da tua ajuda. Eu sei que tens medo ser rejeitado e fracassar. Simplesmente dá vida a essa ideia e depois logo se vê como as coisas correm. eu sei como vão correr, mas não te posso dizer.
3 - E quanto à próxima casa onde vou viver? Sabes que preciso sair de onde estou.
JC: Sim, eu sei disso. Tudo isso está a ser preparado para ti. Assim que começares a trabalhar, nós decidiremos quando enviar a casa ideal para ti e para a Maggie a um preço que te permite sobreviver e prosperar, através do consultor imobiliário. Uma coisa de cada vez, não te apresses.
4 - E quanto à minha futura mulher e família?
JC: Sabes tão bem quanto eu que ainda não estás resolvido, mas isso está mais breve do que imaginas. Na altura certa colocaremos a mulher com quem vais casar e amar para o resto da tua vida, ser feliz e formar a família que tanto desejas, no teu caminho.
Ela já está à tua espera somente a aguardar que estejas pronto para a receber. 
5 - E quanto aos meus pais? Sabes que são tóxicos e que continuam a julgar-me e a criticar-me pelas minhas decisões, e que inconscientemente ainda desejo obter o seu reconhecimento e aprovação?
JC: Frederico, o único reconhecimento e aprovação que precisas é o meu e o do teu Pai nos Céus. Nós é que tomamos conta de ti na verdade, por isso os teus pais fizeram o melhor que sabem com o que aprenderam. Quanto aos julgamentos e críticas, quando voltares das tuas viagens sabendo quem és, vais saber exactamente o que dizer e fazer. Perdoa-os e segue o teu caminho. Deixa-te de desculpas e põe mãos à obra, tens muito que fazer com os planos que temos para ti.

Continuando no Caminho, reparei que a vasta maioria das setas está à altura dos olhos. Penso que isto possa ser uma metáfora para a vida, "Sempre que seguires de cabeça levantada, sabes para onde ir." Mais tarde, apanhei no caminho um casal jovem alemão (Júlio e Michele). Parámos para beber uma cerveja e depois acelerei o passo e encontrei um casal de brasileiros (Rodolfo e Clara), que vieram de São Paulo para fazer o Caminho. Ao final do dia juntámos-nos no Mosteiro do Vairão, onde fiquei a conhecer o Fabiano, a Alexandra e um casal (Cláudia e o Estefanio cujo pai biológico tem raízes portuguesas), todos alemães. Conheci a Jessica do Canadá e a Toshie do Japão mas que vive em Boston. Juntámos-nos todos ao jantar a beber vinho, a socializar, e a travar amizade. Estavam lá também dois casais polacos e um inglês. A diversidade cultural foi incrível e desfrutei de cada momento.
No dia seguinte o alarme tocava às 7h para o segundo dia do Caminho.







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