A intenção

Saudações,


Como alguém disse me disse uma vez:
"Nascemos sem pedirmos e morremos sem querer, como tal, há que aproveitar o intervalo."
E é precisamente nesse intervalo que devemos estabelecer um dos nossos maiores objectivos: partilhar a nossa história ao maior número de pessoas e quem sabe, com o nosso testemunho partimos conscientes de que não cairemos no esquecimento.
É a minha visão da vida que se vai clarificando pelas experiências que me definem.
Que Deus esteja com todos nós.

Peaceful Warrior
(Peaceful Heart, Warrior Spirit)









sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Paris....

Dou por mim perdido na imensidão...Na imensidão do vasto manto branco que vai cobrindo as ruas de Paris, enquanto pequenos pedaços de nuvem vão caindo do céu sobre a minha face, esfriando-a a cada passo que dou. Não os ossos porém, não, esses continuam quentes apesar do frio... Só Deus sabe no meu coração o quanto desejava absorver o meu ser neste cenário mais vezes.
Vejo um parque, coberto de um branco maravilhoso inimaginável talvez à mente até dos maiores criativos, e reparo em algumas crianças perdidas na sua inocência a andar no carrocel. Carrocel esse que confere felicidade aos seus rostos, levando-a a expressar-se sobre a forma de alegres risos cujos meus ouvidos interiorizam. Esboço um sorriso tímido... Desejo que a aproveitem, a felicidade, e que a expressem enquanto crescem pois o Mundo sorrateiramente lhas vai tirando. Ah! Saudades desses momentos invadem-me, onde a pura felicidade brotava naturalmente do meu interior. Agora tenho que procurá-la, descobri-la, e resgatá-la das mais simples e pequenas coisas do dia-a-dia. Coisas essas que são ridículas aos olhos de muitos...Não entendem eles, pois são manipulados pelas circunstâncias diárias que eles próprios criam e os tornam infelizes.
Ao caminhar pelo tapete branco, penso para mim mesmo que devo mudar...de ares, de vida, no fundo preencher e criar novas páginas no imenso livro da vida. Como li recentemente: "Há certos pássaros que não foram feitos para serem engaiolados. As suas penas são demasiado brilhantes." É assim que me sinto, um pássaro engaiolado de penas brilhantes, pronto para voar e mostrar ao mundo todo o meu esplendor. Está dependente de mim fazê-lo, encontrar a felicidade para mim e para os que amo.

É a minha alma traduzida em palavras aqui, numa cidade de sonhos, romance e amor, muito amor...Paris...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O valor da Liberdade

Alguns de vós já alguma vez tentaram pensar em nada? Sim, em nada...Pois eu também concordo convosco, também me é impossivel pensar em nada. É por isso que de vez em quando me dão certos devaneios cerebrais, ou, como lhe costumo chamar, diarreias cerebrais. Se bem que devaneios seja bem mais aceitável, tendo em conta o forte cariz que a palavra diarreia apresenta. Bom de qualquer forma, algo dentro de mim em determinado momento desta semana apelou para o sentimento de liberdade (nas suas mais diversas variáveis) e à qual damos tão pouca importância. Talvez me tenha surgido por estar a viver um momento de "clausura" de criatividade laboral e pela ausência de reconhecimento, algo muito comum na liderança empresarial actual, e cujos principios valorizo tremendamente. No entanto, o meu sentimento traduziu-se nas palavras que partilharei de seguida convosco:

"Aquele que não atribui valor à sua liberdade, é porque nunca esteve privado dela."

Quando o aluno está pronto....

Muitos de nós procuramos por vezes alguém com quem nos possamos identificar, que nos sirva de guia, alguém que nos dê alguma luz no meio da escuridão, quero dizer, em alturas de maior turbulência nas nossas vidas. Tenho aprendido contudo que os professores, mestres, não são encontrados apenas em cumes de montanhas ou em ashrams no Este. Os nossos professores apresentam-se sob a forma de amigos ou adversários, de nuvens, animais, vento e água. Momento a momento, os nossos professores revelam-nos tudo o que precisamos saber. A questão é: Estás a prestar atenção? Quando o aluno está pronto, o professor aparece...em todo o lado.
Também aprendemos através de experiências e circunstâncias, dificuldades e instrospecções. Considerem esta estória:

Zembu, um jovem samurai, teve um caso com a mulher do seu superior. Quando descoberto, ele matou o homem nobre em auto-defesa e fugiu para uma província distante. Incapaz de encontrar trabalho decidiu tornar-se num ladrão. Uma certa manhã, num flash de compreensão, Zembu olhou para o seu passado e viu o que tinha feito da sua vida.  Decidiu assim realizar uma boa acção como um sincero acto de arrependimento por forma a reparar os danos que tinha feito. Algum tempo depois encontrou a sua oportunidade ao caminhar por uma estrada perigosa sobre um penhasco que tinha até à data causado a morte a tantas pessoas. Decidiu assim cavar um túnel através da montanha. Mendigando comida para se suportar durante o dia, Zembu cavava todas as noites.
Trinta anos mais tarde, quando o túnel já tinha pouco mais de 600 metros e a poucos meses de conclusão, Zembu foi confrontado por Katsuo, um jovem samurai que tinha vindo matá-lo para vingar a morte do seu pai, o homem nobre que Zembu tinha morto anos antes.
Ao enfrentar a espada de Katsuo, Zembu disse:
- "Dar-te-ei de bom grado a minha vida se me permitires apenas que complete o meu trabalho."
Assim Katsuo aguardou impacientemente ao longo de vários meses enquanto Zembu continuava a cavar. Ao ver que Zembu se aproximava do fim e cansado de não fazer nada, Katsuo começou a ajudar Zembu a cavar. Ao trabalharem lado a lado, Katsuo começou a admirar a enorme força de vontade e carácter do velho homem.
Finalmente o túnel estava terminado e os viajantes podiam agora passar em segurança.
Zembu virou-se para o jovem samurai:
- "O meu trabalho está feito. Podes agora cortar a minha cabeça.", disse.
Lágrimas caíam dos olhos de Katsuo enquanto perguntava:
"Como posso eu cortar a cabeça do meu professor?".